Fico indignada ao ver em prateleiras de livrarias ou mesmo olhar em livrarias on-lines a escassez de livros de cunho feminista. Já para comprar livros de qualidade literária e ideológica duvidosa é fácil, a oferta é abundante. Digo isso por experiência própria, por compras canceladas em boas livrarias por não terem os livros pedidos em estoque. Se não havia em estoque, não ofertasse o produto, acho simples assim.
Uma pequena, mas ótima solução para esse meu problema, apareceu em um site que disponibilizou livros feministas para download. Em tempos de caça à violação de direitos autorais, o site é realmente um achado! Depois de revirar todo o site - e baixar todos os livros - fiquei incomodada por não conseguir ler no computador. Não me atento à leitura como me atentaria se fosse no papel. Sou "das antigas", gosto de pegar o livro, folhear, cheirar, carregá-lo do sofá pra cama e pra qualquer lugar que eu vá. Então comecei a procurar nas livrarias on-lines os tais livros e me deparei com "sua busca não retornou nenhum resultado" ou então encontrei os livros apenas nas versões em inglês e olha, meu nível de inglês ainda não me permite ler um livro todo em inglês (quem sabe um dia!).
Depois disso, estou tentando me contentar com as versões em PDF e treinando meus olhos pra ficar mais tempo na frente do computador lendo...
O livro que eu mais queria no momento, apesar de ter encontrado nesse site, se chama "Gordura é uma questão feminista" de Susie Orbach, traduzido para português pela Cinthia Barki. Vale a pena frisar que o livro foi escrito em 1978, porém o tema não deixa de ser atual. A autora parte da perspectiva feminista para analisar o que é para uma mulher ser gorda na sociedade em que vivemos, fala sobre a compulsão por comida e destrói as falsas ideias pré-concebidas de que uma mulher gorda está assim porque não tem autocontrole e força de vontade para emagrecer. Mesmo ainda não tendo lido o livro inteiro uma frase me chamou a atenção: "O feminismo demonstra que ser gorda representa uma tentativa de romper com os estereótipos sexuais da sociedade. Assim, podemos entender o ato de engordar como algo preciso e intencional; é um desafio dirigido, consciente ou inconscientemente, à estereotipagem de papéis sexuais e a vivências de feminilidade culturalmente definidas".
Para perceber como nossa sociedade empurra nós mulheres para um único padrão de beleza basta folhear alguma revista voltada para o público feminino. Não será difícil encontrar alguma matéria com dicas de dietas malucas ou falando horrores de uma subcelebridade que ganhou uns quilinhos: "ó, como fulana pode estar tãão gorda?", sendo que notavelmente a tal pessoa está no peso normal.
Não se convenceu? Ligue a TV nesses programas da tarde (nem preciso dizer o nome, né) e você vai se deparar com matérias que mostram como as mulheres famosas também tem celulite. NOSSA! É como se toda essa mídia nojenta fizesse uma lavagem cerebral em nós mulheres, tentando passar a mensagem: "você, uma simples mortal, deve ficar feliz porque as super famosas também sofrem com esse mal (ironia) que é a celulite, elas também engordam uns quilinhos, elas também deslizam na dieta. Não se sinta tão culpada, ok?" E em seguida jogam na nossa cara reportagens de "como reduzir a celulite: a maior vilã das mulheres".
Parem! Nós temos cérebro e sim, nós temos celulite, estrias e gordura. Tudo isso compõe uma mulher REAL, uma mulher que acorda cedo e vai trabalhar ou estudar, que almoça arroz e feijão e gosta de comer chocolate, que bebe cerveja com os amigos. Não somos robôs para enfiarem ideias em nossas cabeças de que precisamos seguir um padrão de beleza ou senão... senão o quê? Não seremos bem aceitas? Seremos vistas com repúdio pela sociedade? Por que não podemos nos aceitar da forma que somos: gordas, magras, baixas, altas, com sardas, cabelo crespo ou cabelo liso? A maior aceitação que precisamos ter parte de nós mesmas e bom, sobre isso, eu vou deixar pra outro post porque o texto já tá ficando longo demais.
Parem! Nós temos cérebro e sim, nós temos celulite, estrias e gordura. Tudo isso compõe uma mulher REAL, uma mulher que acorda cedo e vai trabalhar ou estudar, que almoça arroz e feijão e gosta de comer chocolate, que bebe cerveja com os amigos. Não somos robôs para enfiarem ideias em nossas cabeças de que precisamos seguir um padrão de beleza ou senão... senão o quê? Não seremos bem aceitas? Seremos vistas com repúdio pela sociedade? Por que não podemos nos aceitar da forma que somos: gordas, magras, baixas, altas, com sardas, cabelo crespo ou cabelo liso? A maior aceitação que precisamos ter parte de nós mesmas e bom, sobre isso, eu vou deixar pra outro post porque o texto já tá ficando longo demais.